Vou contar hoje um pouco sobre Papua Nova Guiné, ou como
carinhosamente nós a chamamos: “ Papua”.
Zarpamos de Vanuatu e depois de 11 dias de uma excelente
navegada, com ventos de alheta de boreste e mar empopado com ondas que não
passaram de 2,5 m, chegamos em Papua Nova Guiné.
Baixamos as velas, ancoramos na baía, e preparamos o dingue (nosso bote inflável) e
nos dirigimos para a marina a fim de dar entrada na papelada e lá atracar o barco
pois, pelos relatos, “Papua” não era um lugar totalmente seguro para um barco
fundeado naquela área.
Fomos muito bem atendidos pelas secretárias que já agendaram
uma visita dos agentes federais para legalização nossa e do barco no país. Em
vinte minutos o pequeno barco auxiliar da marina já estava na proa do Kanaloa
esperando para nos indicar o caminho de entrada da marina ziguezagueando entre
os muitos baixios existentes.
Logo que fomos recolhendo a âncora percebemos que estava bem
pesada, fazendo bastante força no guincho. Vimos que havia uma pedra enorme
nela - com um pouco de esforço retiramos e prosseguimos.
Providenciada a primeira parte da documentação fomos tomar
um refresco no restaurante da marina. A marina era bem estruturada, tinha bar,
um enorme restaurante, academia e até palco. Foi a primeira e última vez que
pagamos algo nesse restaurante. Os amigos que fizemos em Papua não nos deixaram
pagar mais nada durante nossa estada.
No dia seguinte fizemos a “papelada”, com os agentes, os
quais nos levaram até o aeroporto para fazer a “Imigração”. Eles foram super solícitos, e já aproveitamos
para ficar de olho no novo local! O que nos intrigou foi que o aeroporto era de
primeira. Fora construído para receber as delegações dos XV Pacific Games. Tudo
muito limpo, tecnologia de ponta, porém não havia ninguém além de nós e os funcionários.
Voltando para a marina começamos a reparar que o povo de Papua era bem simples,
e ao lado um aeroporto de primeira qualidade sem ter ninguém. Foi um choque!
No dia seguinte, no mercado, que as meninas da recepção nos indicaram,
reparamos que as pessoas, homens e mulheres, tinham a boca vermelha, como se
fosse sangue, não só as pessoas na rua como também os atendentes das lojas...
praticamente todos. Alguns dias depois que fizemos algumas amizades, Anitta nos
contou que eles mascam "buai" (noz de areca) , e que é muito comum, quem
a consome, ter câncer na boca.
Em “Papua” existem mais de 800 línguas nativas! São 833
segundo os dados oficiais de uma agente de saúde. E que há muitas rixas entre
os povoados das montanhas (Highlands). No dia de nossa chegada, na mesma noite,
um segurança do local foi morto a facadas por 15 pessoas de outro povoado. Ficamos bem assustados com a notícia, mas
Shelly, mãe de duas adoráveis meninas, Penny e Abigail, nos contou que é muito
comum esses atos de ódio em “Papua”, e que ela tem que andar atenta na rua pois
a criminalidade é muito alta por lá.
Aproveitamos bastante “Papua”, fomos a parques e artesanatos;
conhecemos pessoas adoráveis. Por diversas vezes saímos juntos, o que nos deixou
uma grande lembrança de “Papua” e até hoje mantemos contato pela internet.
Nós iriamos partir no dia 15 de setembro mas, fomos
convidados a ficar mais dois dias, para as comemorações dos 37 anos do
“Independence Day” em 16 de setembro.
No dia da festa, houve danças, artesanato e concursos de
trajes típicos e pintura corporal do país, que pudemos acompanhar tudo de
perto.
E agora vou compartilhar as fotos com vocês, espero que
gostem!
Companheira de travessia
Peixe na mão